domingo, junho 17, 2007

Enquanto isso...

É gozação!!!
A ministra do Turismo mandou relaxar e gozar quem se incomoda ou se sente desrespeitado pela bandalheira que virou viajar de avião no Brasil. A referência é a um conhecido dito popular: “se o estupro é inevitável, relaxa e goza”. Na cerimônia em que deu essa declaração infeliz, desrespeitosa, imbecil, a representante maior do Poder Executino na área de viagens levou um banho de água do não menos desastrado presidente. Ou seja: além de mandar a população, em palavras tão ordinárias quanto às usadas por ela, se danar, ainda ficou molhadinha.

Nossos representantes!!!

Primeira questão: confiança.
Quando se casa, faz-se uma escolha importante. Teoricamente, é uma opção para o resto da vida. Envolve não só sentimentos como amor, profunda amizade, mas repeito e confiança. Uma pessoa que trai esse tipo de compromisso mereceria seus votos? Pois o presidente do Senado traiu tudo isso na sua (dele!) vida pessoal e ainda abastece um filho de fora do casamento com um dinheiro que não sei, não... Se tivesse se separado, tudo bem. Esses caras não vivem mudando de partido?
Pois foi nesse camarada que uma parcela boa da população depositou a confiança de ser representado e deu o seu (aí pode ser o seu mesmo, dependendo do domicílio eleitoral) voto. E ainda foi eleito o representante maior dos “nossos” representantes...
E, por fim, se tem dificuldade e é desmentido face à menor investigação quanto à origem do dinheiro que destina ao herdeiro caixa dois (até nisso!!) imagina se questionado para explicar os gastos pessoais, que devem ser muitas vezes maiores...

quinta-feira, junho 14, 2007

Tarde

Na Beagá da minha memória é quinta-feira, quase cinco da tarde. Dia de rock e country na Savassi. Marcus Gauguin no baixo, Afonsinho na guitarra, Julinho Venturini na batera.... Depois tem feira hippie na Praça da Liberdade. Temos que subir a Cristóvão Colombo pra comprar camisa dos Stones.

Já é sábado à tarde. A caminhada começa pela Getúlio Vargas. Descendo a Rio Grande do Norte, o jazz come solto na calçada em frente ao Abóbora. Yuri Popoff no baixo, Beto Lopes na guitarra, Neném na bateria. O tempo passa invisível... Já é noite. Na Getúlio Vargas, quase na Praça ABC, o segundo andar daquele prédio novo abriga o Barboleta. Mais jazz... O Lincoln Cheib está ali, barbarizando na bateria, enquanto o Wilsinho segura a palheta igual ao Pat Metheny.

A manhã de domingo é passada obrigatoriamente no Minas. Chorinho no restaurante, filé acebolado. Na saída, Butequim, ali, atrás do Corpo de Bombeiros. Casquinha de siri e picanha na tábua. Uma bela forrada para a tarde no Mineirão. No caminho, lembro-me do Tinêgo levando o sobrinho aqui, ainda criança, pro campo e dizendo que o América iria jogar contra o Uberaba e o Atlético, contra o Cruzeiro. Aquilo me confundia. Como os times iriam saber qual bola era do jogo deles? Iriam botar mais duas traves e cada jogo seria disputado numa metade do campo? Ou um na vertical e outro na horizontal? Foi meio frustrante saber, pela primeira vez, o que era uma rodada dupla. Por um lado. Por outro, dois jogos no mesmo dia... sensacional!!

E era espetacular mesmo. No jogo do América, ficava fascinado com meu tio torcendo. Depois... Joãozinho arrepiando meio Mineirão de euforia e meio de susto... Reinaldo fingindo que ia... e indo! Nelinho soltando a bomba pra cima do Ortiz... Cerezo lançando milimetricamente para o outro lado do campo...

Estamos quase chegando ao estádio. Hora de saltar do ônibus. O Túlio, marido da prima Leleu, chega junto comigo. Ele vem de carro. Carona garantida para a volta. É dia das mães.

Agora não. É tarde. Muitos anos mais tarde. Talvez, tarde demais.

(texto publicado originalmente na Globominas.com em 20/09/2006)